quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Surpresa...

Eu encarava surpresa de forma preconceituosa, confesso.
Acreditava que surpresa era sempre um susto ruim.
Que surpresa estragava todo meu roteito perfeito.
Todo meu ensaio de ser.
Surpresa era improviso na minha vida planejada.
Hoje, só hoje, vejo que é necessidade latente.
Que surpresa foi você chegar pra me acalmar, quando eu não queria mais ninguém.
E que surpresa boa!
E ela foi generosa ao chegar no momento propício...
E se casou com o meu destino, escolhendo você como a pessoa certa pra mim.
E eu como aprendiz, e ser feliz.
Surpresa é doce como delícia de amar e ser amado!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Uma barba corrompe...

"Não se conhece bem um homem que nunca deixou a barba crescer. Digo isto sem preconceitos, porque não mais pertenço a confraria dos barbados. Mas estou convencido de que se conhece mal um homem que nunca deixou irromper na floresta de seu rosto, o outro, o selvagem, o agente adormecido, o hirsuto...
Há mulheres que, tendo conhecido a sabedoria erótica da barba nos lençois do dia, nunca mais se contentarão com a banalidade barbeada de outros amores...
Indizível prazer é esse de confiar na barba. Inconsciente.
Ritualisticamente. Enquanto se lê, enquanto se aguarda o outro dizer uma frase estúrdia, euquanto se toma um vinho ou se afaga um cão junto a lareira, e fechando, bem dizia Walmor Chagas outra noite num jantar quando se discutia a metafísica da barba: a barba é uma máscara como no teatro; é outro em nós, um modo de o personagem se experimentar em cena."

Trecho extraído do livro Que presente te dar de Affonso Romano de Sant'anna.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Há quem justifique os próprios atos.
Há quem no fim do dia deseje estar sozinho.
A quem entreguei meu amor, enche meu peito de querer.
De respiração ofegante, de paz, horizonte.
Não sou mais dono de mim.
Não mais absorto com o resto do mundo.
Por não enxergar mais ninguém além do amor.
Por não enxergar mais ninguém além de ti.