terça-feira, 15 de novembro de 2011

A carne dos Deuses - SCAMBO

Passe dos limites da sua casa, da sua turma
Se comunique sem nenhum tipo de rótulo
Supere seus limites
Não se conforme com a informação
Busque, atreva, ultrapasse os muros impostos
Atravesse a linha do seu horizonte
[...]
 
Abrace cada sentimento seja ele qual for
Como se abraça a quem se ama
E quando precisar, chore
Onde estiver, chore
E um dia, dance...
Um dia dance do jeito que você quiser
Sem dúvida, as pessoas que dançam com verdade
São pessoas muito mais felizes

quarta-feira, 9 de novembro de 2011



Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano.
Isso são só referências.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá. Ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom da voz, pela maneira que os olhos piscam.
Pela fragilidade que se revela, quando menos se espera.

Martha Medeiros

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Contido - frente e verso

Tua boca, por exemplo.
O singelo morder de lábios.
A forma delicada com que canta ao pé do ouvido.
Corrompe, perverte minhas vontades.
Pouco sabe...
Tuas mãos esquadrinham meus quadris.
O toque, forte, reconhece cada parte tua em mim.
vento bate, leva essa saudade...
fica teu cheiro, assim...
Não vejo o tempo passar.
Ali, lendo teu olhar.
Pedindo pra você ficar...
e volte sempre
que eu adoro essa falta de roteiro...
e esse descontrole súbito que se instala em mim, quando você chega mais perto...
e o jeito particular que a gente se curte, se encaixa e improvisa nossos beijos...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Surpresa...

Eu encarava surpresa de forma preconceituosa, confesso.
Acreditava que surpresa era sempre um susto ruim.
Que surpresa estragava todo meu roteito perfeito.
Todo meu ensaio de ser.
Surpresa era improviso na minha vida planejada.
Hoje, só hoje, vejo que é necessidade latente.
Que surpresa foi você chegar pra me acalmar, quando eu não queria mais ninguém.
E que surpresa boa!
E ela foi generosa ao chegar no momento propício...
E se casou com o meu destino, escolhendo você como a pessoa certa pra mim.
E eu como aprendiz, e ser feliz.
Surpresa é doce como delícia de amar e ser amado!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Uma barba corrompe...

"Não se conhece bem um homem que nunca deixou a barba crescer. Digo isto sem preconceitos, porque não mais pertenço a confraria dos barbados. Mas estou convencido de que se conhece mal um homem que nunca deixou irromper na floresta de seu rosto, o outro, o selvagem, o agente adormecido, o hirsuto...
Há mulheres que, tendo conhecido a sabedoria erótica da barba nos lençois do dia, nunca mais se contentarão com a banalidade barbeada de outros amores...
Indizível prazer é esse de confiar na barba. Inconsciente.
Ritualisticamente. Enquanto se lê, enquanto se aguarda o outro dizer uma frase estúrdia, euquanto se toma um vinho ou se afaga um cão junto a lareira, e fechando, bem dizia Walmor Chagas outra noite num jantar quando se discutia a metafísica da barba: a barba é uma máscara como no teatro; é outro em nós, um modo de o personagem se experimentar em cena."

Trecho extraído do livro Que presente te dar de Affonso Romano de Sant'anna.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Há quem justifique os próprios atos.
Há quem no fim do dia deseje estar sozinho.
A quem entreguei meu amor, enche meu peito de querer.
De respiração ofegante, de paz, horizonte.
Não sou mais dono de mim.
Não mais absorto com o resto do mundo.
Por não enxergar mais ninguém além do amor.
Por não enxergar mais ninguém além de ti.

domingo, 24 de julho de 2011

"Tomorrow I'll miss you"

Eu lamento te perder de vista, sweetie.
Lamento que você desconheça a delícia de viver.
Me entristeço ao vê-la afogando-se em mágoas, desamores e álcool.
[...] E você caminha pra longe, sem saída, sem que eu possa fazer nada.
Eu gostaria de desafiar toda obviedade do fim trágico.
No entanto, você questionou a vida com loucuras, rock in roll, com desconfiança.
Gritastes as angustias e dores com uma voz genuína, digna.
Eu posso ouvir cada murmúrio, eu posso sentir a tua voz rouca tocando as folhas.
E choro. Choro minhas inspirações...
como fonte inacabada de amor, que transborda de gosto teu.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Janela Secreta - "Confuse!"

Ela achou a minha janela secreta.
Ah, desculpa. Eu sou Mort Rainey, muito prazer.
Continuando...
Ela achou a minha janela secreta.
O meu jardim secreto. Onde, de agora em diante eu guardarei todos os meus mais sórdidos segredos e rancores.
Me provoca usando o meu roupão velho e rasgado.
Ela roubou todo o meu amor. Só me deixou vícios, insonia, raiva.
E o pobre Chico, nosso cachorro cego.
Enlouquecendo, adormecendo enquanto a hora passa, e ela vive feliz sua nova história de amor.
Queria matá-la. Ela e esse maldito desgraçado.
Como se não bastasse o meu divórcio. A minha história foi roubada, a minha janela secreta, estou sendo acusado de roubar a minha história.
Esse bicho grilo tem me atormentado. Ora ele, ora a Amy.
Estou enlouquecendo? não, não estou. Eles estão.
Eu quero mais é comer doritos, e fumar. Eu quero mais é fumar, vou fumar até fazer bico!
Só preciso provar que a minha história é minha, e depois tirar um cochilo... um cochilo...


(Horas depois...)
Mas que droga é essa? o desgraçado rouba minha história e mata o meu cachorro!
Vai me pagar por isso!
Eu tinha tudo em perfeito equilíbrio. Uma linda casa, um cachorro cego (quase tudo perfeito!), uma mulher encantadora, e um livro com a minha história. E agora? o que me sobrou?
Essa não é a minha bela casa, essa não é a minha bela mulher. Não mais.
Matei um espelho. E a porta do box.

Ele matou o dedetive, ele colocou fogo na minha bela casa, ele matou os amigos da vizinhança.
Estou pálido, obrigado!
Estou confuso. O quê?


(Você ignorou meia dúzia de detalhes... )
Isso não faz sentido.
(Ligue para a polícia, confesse tudo, antes que você mate mais alguem...)
Eu não matei ninguém, me deixe sozinho.
(Você está sozinho...)
Casa revirada, meus escritos jogados no chão e a desgraçada da Amy chamando por mim.
Eu estou aqui, Amy. Eu sou um fazendeiro do Mississipi e você não deveria estar aqui. Perdi a cabeça, tomei uma garrafa de whisky e sou um homem traído. Você entende o que eu quero dizer?
(Atira nela... atira nela)
Ligou para o número errado, dona. Não há nenhum Mort aqui. Ele se matou.
Nada disso foi idéia minha, dona. Foi idéia de Mort Rainey.
(Socorrooo! Você é Mort Rainey...)
"Garanto que com o tempo a morte dela será um mistério, até para mim".

Foto: John - Filme Janela Secreta

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Amor e Afago.

Depois da dor, o medo.
Depois do sofrer, as armaduras.
Aspereza, rigidez.
Calor sentimental escasso. E quase ninguém pra te acalmar o coração.
Eis que os encontros da vida nos põe entre vírgulas, com tantas boas surpresas.
E o amor me provoca, controla meus atos, me ama.
Minha imperiosa vontade de amar, faz de ti meu rei, meu lar.
Eu me rendo, sem rimar. Quero permanecer amando o meu amor e só.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Maria

Ao mesmo tempo tanta coisa se amou
se refez, se perdeu, se conquistou.
Retratos estampados do nosso amor
em preto e branco pregados na parede,
revelando pra sempre a gente, nosso orgulho um do outro, olhando pra lente.
Como quem disesse: não queremos mais nada nesse mundo.


Lobão

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tarja Preta

Minhas mãos foram melhores amantes quando você se foi.
Deixando o corpo vazio.
Copo cheio de mágoas e marcas.
De cama, do medo, nem banho pra lavar a alma.
Rancores recordo, pois fizestes novelo com o meu coração.
No chão, molhada, querendo as tuas migalhas.
Calmamente despida, a alma se liberta de todo temor.
Tremor.
Chega de solidão por ontem.

quarta-feira, 13 de abril de 2011


Quanto é plausível, com dor, alcançar o anseio?
Não existe separação maior entre a perda e o dano.
E se o choro percebesse que seu motor é desabafar?
Nem a dor germinaria sem arrogância de existir.
Natural: o apego é a trepada da carência com a admiração.
Porém o filho dessa trombada sempre nasce finado.
Não nascemos prontos para perder amores intensos.
Não seremos sepultados em caixão de casal.
Dure o tempo que for, a vida tem mais o que fazer.

CAIO SÓH
Compartilhando um pedaço de mim, dividindo todo bem que sinto.

sábado, 9 de abril de 2011

Poucas palavras

Hoje não tenho muito o que dizer.
Só que, me aproximar de você, me faz bem.
E fogem as palavras.
E fazem-se as lágrimas descontroladas, sob o meu rosto feliz em te ter.
São poucos os que fazem bem ao nosso coração,  imensurável  bem.
Traz consigo a esperança de viver em canções, em poesias.
Deixando pra trás toda e qualquer agonia, que saudade não quero mais.
Quero mais você aqui, me desconcertando.
Repousando no teu ombro, com meu calor desordenado.
É só a minha felicidade, ao encontrar a própria liberdade.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sem querer


Sou culpada de te roubar a alma. De querer tomá-la pra mim.
Sou culpada de perder a calma, e não deixa-lo ir embora sem se despir.
Sou culpada de te querer sem fim, sim.
Pode me prender.  Pode me enlouquecer.
Pode me culpar por tudo.
Eu me entrego.
Só não culpe pelo amor que sente, isso foi realmente sem querer.

Daniela Mercury

quinta-feira, 10 de março de 2011

Nossos (re)encontros.

Vez em quando gosto de ficar calada, lendo teus gestos.
Esse hábito incansável de interpretar teus olhares.
Te tocar, como folheio cada página.
E te devorar, como meus livros preferidos.
Manuscrito.
Rascunho da minha felicidade.
Passo a limpo todas as incertezas e angústias.
Pra a gente reinventar nosso final feliz, novo de novo a cada capítulo.
Te peço, seja protagonista na minha vida pacata.
Vilão pra minha solidão.
Narre nossa história aos quatro ventos, pra jamais esquecer...
Esse nosso romance.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ecoando sensações.

Caminhei pelo jardim, com os sentimentos fervendo.
Transbordando todas as linhas de pensamento.
E meu papel em mãos, pronto pra servir de ombro amigo.
Mas é tudo tão intenso, confuso.
Muito. Entende? Não, você não entende.
Não me force a falar das noites em claro, pensando no baú onde guardo meus sonhos.
Nas portas que se abrem, que se fecham.
Deixo aqui meu caderno, de lado. E canto pra lua, Rainha cheia.
Sem hora, sem demora.
Era só o que eu queria, pra cuspir os sentimentos fielmente...
em cada estrofe, acorde.
Entoando o meu desabafo particular.
E se você não entende, sinta-se em casa.
Eu também vim aqui só pra ouvir essa canção.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Esse é o amor, e sim, ele vem sempre aqui.


“Foi quando ela se escondeu, porque estava sem cabelo, e eu disse que não a amo somente fisicamente e sim espiritualmente, pois não amamos um corpo e sim uma alma.”

- Gabriel, 9 anos para Giovanna, 7 anos. (Instituto do Câncer)
 
 
Os adultos brigam, dificultam as coisas e julgam saber amar.
Mas as crianças carregam a verdadeira pureza no coração, transparecendo no olhar.
Crianças não têm maldade ou preconceitos, portanto cuidado com o que você planta no coração de cada uma delas.
Ensine as crianças o que realmente importa.  Ser solidário, amoroso com as pessoas, a ser verdadeiro sempre e agir com o coração.
Adultos, fechem os olhos e sintam a beleza de cada alma, a perfeição de um bom coração.
E guardem sempre a criança que foram um dia, dentro de vocês...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Os deslimites da palavra

Explicação Desnecessária.

Eu sou meu estandarte pessoal.
Preciso do desperdício das palavras para conter-me.

Quero apalpar meu ego até gozar em mim.
Desculpe a delicadeza.

Manoel de Barros.
Foto:  Fernanda Young diva.    beijomeliga :*

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Verbo: sentir

...Antimonotonia...
 Algum remédio, qualquer remédio.
Algumas pessoas são remédio.
Veneno, dose diária de lembranças.
Pra dar garantia que a solidão passe longe.
Ou passe perto, pra deixar saudade de estar junto..
Matar a saudade num amor tranquilo, embalado pela rede, pelas águas do mar.
Vivendo a poesia, as entrelinhas e a música de cada ser.